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Bom divertimento!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Quarto Branco: Unidade em Falha - Parte 11 - Final


Os dias foram passando e cada vez eu me sentia mais como uma Unidade. Após o meu “despertar” eu tinha dificuldade em entrar e permanecer muito tempo em modo automático, atualmente eu tenho dificuldade de sair desse modo, as vezes só conseguindo quando sou obrigada a usar o raciocínio em alguma situação mais fora do previsto. O problema é que quanto mais experiência adquirida, menos situações diferentes ocorrem.

No geral o meu quarto permanecia trancado, as vezes eu estava presa em uma ordem ou ficando totalmente em modo automático, mas nunca consegui sair do quarto sem estar acompanhada.

Servi por muitas vezes o Senhor Nink e a Madame Jocasta, juntos ou separados, bem como amigos deles esporadicamente. Mas Priscila, sempre muito atenciosa e delicada, ficou mais a distância, acho que com um pouco de medo.

Fui tirada do modo automático por Priscila. Ela estava me fazendo perguntas, mas eu não me lembrava de exatamente o assunto. A única frase que lembrei foi:

--- Nós precisamos deixar a residência logo, os patrões estarão fora por alguns dias, é a nossa chance.

Eu sentia vontade de deixar a residência conforme as palavras de Priscila, mas algo dentro de mim também falou forte e senti que precisava entender mais aquelas palavras. Eu perguntei:

--- Como assim, não estou entendendo?

Ela sabia um pouco como era o meu modo automático, ela já tinha realizado perguntas sobre como as coisas eram para mim e eu tinha explicado. Pacientemente ela falou:

--- Eu posso ver a vida saindo de você. A cada dia você está se tornando mais robô e menos a pessoa que chegou aqui. Nós precisamos ir, eu posso cuidar de você.

A vontade de obedecer e ir com Priscila se tornou mais forte, Mas ainda existia espaço para uma conversa por algum tempo. Eu precisava lutar para não entrar no automático novamente.

--- Nós não podemos. Você não poderá cuidar de mim. Eu morreria sem os meus remédios e não conseguirei ter uma vida autônoma, acabando com a sua vida também.

Ela visivelmente hesitou e isso enfraqueceu a ordem dada. Somente o carinho que eu sentia por ela estava me dando forças para continuar raciocinando. Continuei a falar:

--- Eu quero que você vá embora daqui, viva a sua vida, lute pela sua felicidade e lembre que eu estou feliz e cumprindo meu objetivo também. Minha existência é aqui, eu não quero ir embora.
Lágrimas escorreram da serviçal que falou:

--- Eu posso mandar e você terá que obedecer!

Era realmente verdade. Eu não resistiria a uma ordem mais direta. Mas sentia que meu estado era irreversível. Talvez uma mudança bruta na rotina me devolveria parte da autonomia que eu já tivera como uma Unidade, mas isso seria temporário. Eu queria que Priscila tivesse uma vida, uma oportunidade longe de nossos mestres. Então reforcei minhas palavras:

--- Sim, eu a obedecerei, mas estarei fazendo obrigada, contra a minha vontade. E você estará me fazendo sua escrava, como nossos donos, é isso que você quer?

Nós sabíamos a resposta. Eu tinha vencido. As forças para permanecer consciente estavam me consumindo. Com um sorriso triste a garota beijou-me nos lábios de leve.

Ela sabia o que isso causaria. Tentei permanecer consciente por ela. Tentei evitar o modo automático para passar um possível último tempo com ela sendo eu mesma. Mas não pude. Tive o meu último lampejo de plena lucidez.

Tirei a roupa de Priscila com muito carinho e beijos. Cada parte do seu corpo era muito importante para mim. Seus seios tinham gosto de mel. Sua vagina como o mais apreciado néctar dos deuses.

Assisti de modo natural a garota deixar a cama após muitos orgasmos proporcionados. Ela estava exausta. Olhou-me com tristeza, como se fosse a última vez e fechou a porta do quarto.

Para mim já não importava mais. Só o que importa é a próxima ordem.

Fim...

2 comentários:

  1. Adorei a estoria! Me identifiquei querendo ser a unidade 96.

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    1. E eu gostei bastante de escreve-la. Senti bastante simpatia por esse personagem e pensei em dar a ela um final de paz.
      Mas outras histórias do Quarto Branco estão no planejamento. :-)
      Acompanhe...

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