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Bom divertimento!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Quarto Branco: Unidade em Falha - Parte 7

Eu desconhecia quanto tempo havia passado. Nunca mais estivesse junto com a doutora e procurava permanecer na rotina. Eu conseguia funcionar o tempo todo no automático se desejasse e não fosse tirada da rotina normal, algo que acontecia as vezes.

Nosso grupo foi diminuído para dois homens e quinze garotas. As garotas e um homem foram levados após desfiles ou simplesmente eram chamados e desapareciam. Não havia necessidade de explicações para uma unidade.

Uma mulher me chamou no corredor e pediu para eu segui-la. Eu já esperava alguma atividade desagradável quando entramos numa sala com cinco homens e uma mulher em pé e imóveis. Reconheci imediatamente que eram unidades masculinas e uma feminina nuas, mas seus pintos eram de tamanhos pequenos. A mulher falou:

--- Quero que você leve duas dessas unidades para uma visita aos locais principais do Complexo e depois vá com elas para uma sala de descanso. Você e você vão com ela.

A mulher puxou dois homens e eu segui com eles pelo corredor. Somente algum tempo depois que percebi que uma das unidades era o homem que eu havia sequestrado num shopping center a muito tempo atrás. Então deveria ter sido de algum modo similar que eu passara a fazer parte do Complexo. Também lembrei que a unidade feminina já havia sido uma mulher independente, que eu havia ajudado a segurar e levar para a doutora.

Mostrei os locais mais comuns aos homens e expliquei com poucas palavras a função de cada um e parte da rotina do local. As vezes pude perceber traços de curiosidade em seus olhares, mas sempre algo breve e rápido.

Somente na sala de descanso tentei obter alguma resposta mais clara que nas unidades padrão, mas aqueles homens nada sabiam de diferente. Também descobri que seus pintos não eram mais funcionais e desconfiei que em algum momento eles seriam transformados em garotas.

Uma mulher abriu a porta e lendo num tablet falou:

--- Unidades 105 e 106 venham comigo. Unidade 96, precisam de você no vestiário três.

Eu deveria estar na sala de ginástica naquele momento e lamentei não ter forças para abandonar a ordem e mandar outra unidade no meu lugar.

No vestiário um belo vestido de festa me aguardava, bem como sapatos e conjuntos de maquiagem. Outras duas garotas juntaram-se a mim não foi preciso nenhuma ordem e em algum tempo estávamos prontas e belamente vestidas. Ainda aguardamos uma mulher que demorou a aparecer e ordenou:

--- Sigam para a garagem, vocês tem uma missão a cumprir.

Na garagem uma grande e luxuosa limousine nos aguardava. Outras cinco garotas e duas mulheres também já se encontravam em belos vestidos e maquiagem impecável. Era perceptível que seguiámos para uma festa.

O trajeto transcorreu sem dificuldades. Em alguns períodos as mulheres conversavam sobre a missão ou outros assuntos. Eu e as garotas ficamos na tradicional imobilidade, mas eu acompanhava as conversas com dedicação e comecei a montar possibilidades de fuga.

Fui pega de surpresa quando uma das mulheres distribuiu pequenas bolsas que combinavam com os vestidos e começou a explicar:

--- Todas vocês já participaram de operações de aquisição de novas unidades, não vou entrar em detalhes. As fotos de suas vítimas estão em suas bolsas, usem o histórico padrão pessoal para necessidades. Seus falsos documentos e os sedativos estão na bolsa, bem como o celular de emergência. Alguma pergunta?

Nenhuma unidade se manifestou e também fiquei quieto, mesmo sem saber o que era e qual era o meu histórico padrão. Na minha outra missão externa eu pouco precisei falar, apenas sorri, mexi no cabelo e exibi meu corpo.

A mulher continuou:

--- Muito bem, então cumpram seus objetivos e retornem para cá.

A ordem dada impossibilitou a continuação de qualquer plano de fuga. Meu conhecimento dos procedimentos estava dificultando muito qualquer execução de fuga, já que ficava difícil realizar atividades fora do previsto sem uma ordem mais formal.

Olhei a foto do meu objetivo com calma, aparentemente um homerm comum, cabelo castanho comprido, uma barba rala por fazer.

Chegamos a uma garagem de um salão de baile muito luxuoso e uma a uma fomos saindo da limousine em silêncio, centradas em nossos objetivos. O salão era grande e eu sabia que poderia levar muito tempo para encontrar o homem.

Andei pela festa analisando os rostos e eventualmente recebendo algum sorriso masculino. Cruzei com uma das garotas já acompanhada pelo seu objetivo e continuei em busca do meu.

Mais de um homem já havia tentando minha companhia na festa, dispensados educadamente, quando localizei meu alvo já acompanhado de uma garota comum. A minha intensa atração pelo alvo foi imediata, ficando difícil pensar em qualquer coisa que não fosse capturá-lo. Eu precisava pensar um plano para afastá-lo dela.

Friamente peguei uma bebida e aproximei-me do meu alvo, já com segundas intenções. E mais perto, “sem querer”, derrubei parte da bebida sobre a garota, fingindo surpresa e pedindo inúmeras desculpas.

A garota foi limpar-se no banheiro bastante nervosa e irritada. Eu precisava descobrir qual o vínculo do homem com a garota.

As táticas de sedução femininas são simples, mas altamente eficazes. Com alguns minutos de conversa, alguns sorrisos, algumas arrumadas de cabelo, mostrando minha disponibilidade para o sexo e o alvo já tinha apalpado minha bunda e seios algumas vezes. Ele estava em busca de sexo fácil e tinha acabado de conhecer a garota.

Nos locomovemos pelo salão. Eu temia que a garota comum pudesse retornar do banheiro e me trazer problemas. O homem queria muito me levar para um dos banheiros a fim de transar lá mesmo, mas evitei o assédio e ofereci a minha limousine para o ato.

Estava difícil me conter. Os alertas sexuais que o homem passava, mais a forte atração que sentia por ele, induziam meu corpo a querer muito fazer sexo.

A alguns metros do carro meus pensamentos mudaram e retornei para modo automático. A minha atração desapareceu e colocando a mão na bolsa injetei rapidamente o sedativo no braço do homem que desfaleceu no chão.

Algumas garotas já estavam de volta e juntas colocamos o homem no veículo. Juntei-me as garotas em imobilidade aguardando os próximos retornos.

Outras garotas chegaram e faltou apenas uma que começou a demorar. As mulheres mostravam sinais de preocupação, quando ouvimos várias sirenes de carros de polícia.

As mulheres ativaram um tablet e com horror eu ouvi:

--- Eu não acredito, ela morreu! Algo aconteceu.

A outra mulher disse:

--- O protocolo de segurança foi ativado, ela pode ter sido capturada, vamos embora rápido.

A mulher saiu com a limousine e eu coloquei-me a pensar. A algumas semanas as mulheres passaram a usar tablets no dia a dia e as garotas começaram a passar por pequenas cirurgias nas costas. Eu já desconfiava da relação, pois elas começaram a de forma mais fácil a chamar os números das unidades sem nos perguntar nosso número. Mas eu nunca tinha ouvido falar de um protocolo de segurança que pudesse causar um suicídio ou algo similar.

Pensei nos meus pensamentos de fuga. Algo dentro de mim poderia fazer eu me matar no caso de uma fuga bem sucedida, é a única conclusão viável.

Eu estava triste. Nunca soube do falecimento de outra unidade, embora elas fossem levadas embora de vez em quando. E a possibilidade de eu própria me matar de algum modo é demais para aguentar.

É mais fácil deixar meu corpo no automático e ficar sem pensar.

Continua...

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