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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Quarto Branco: Unidade em Falha - Parte 3

O elevador chegou e apertei o botão oito sem perceber, para depois lembrar que o momento ideal de minha fuga havia chegado.

Mas por algum motivo eu sentia que devia ir para o oitavo andar. Por duas vezes pensei em apertar outros andares, mas a fixação pelo oitavo andar ficava na minha cabeça.

Desci no andar para ver uma grande e ampla academia sendo usada por muitas pessoas. Lembrei-me da bolsa e resolvi procurar o banheiro, onde eu poderia abri-la com calma.

A ideia da fuga estava presente nos meus pensamentos, mas cada vez que eu parava para concentrar-me nela minha mente se tornava mais nebulosa e eu lembrava-me da minha missão.

No banheiro feminino, anexo de um grande vestiário, estavam muitas garotas, algumas conversando, outras trocando de roupa ou refazendo maquiagem.

Em um reservado abri a bolsa e retirei os objetos da bolsa com calma. Havia uma pequena pistola de plástico com uma ampola, o sedativo mencionado. Olhei com atenção a foto, um homem branco, cabelo curto castanho e um cavanhaque, devia ter uns vinte e poucos anos. Por último havia um celular, mas não me foi dada qualquer informação para usá-lo. Pensei em ligar para a policia, mas rapidamente meu pensamento mudou.

Com terror percebi a triste realidade. Até aquele momento, no geral, eu não podia seguir as ordens dadas: não conhecia os caminhos ou as salas dentro da fábrica e não sabia fazer uma maquiagem ou arrumar o cabelo, mas as ordens dadas pela mulher haviam sido claras e ao meu alcance de execução e eu não estava sendo capaz de desobedecê-las.

A fuga teria que esperar. Deixei o banheiro em busca de minha vítima. Talvez eu soubesse exatamente como proceder antes, mas agora eu estava muito inseguro.

Andei pelo local por uns vinte minutos antes de achar a minha vítima usando de um aparelho de pesos. A excitação ao vê-lo foi indescritível, embora meu pinto continuasse completamente flácido. Uma força anormal me impelia em direção ao meu objetivo.

Aproximei-me e com um sorriso que tentei não ser forçado perguntei:

--- Você vem sempre aqui?

Me senti um grande idiota fazendo aquela pergunta estúpida, mas eu era uma garota bonita puxando assunto, e o homem reagiu a isso e também sorrindo falou:

--- Já faz alguns meses que frequento aqui.

Depois se calou por um momento e arriscando perguntou:

--- Eu já terminei aqui, gostaria de me acompanhar em um suco?

--- Adoraria.

A resposta saiu como que automaticamente e pela primeira vez percebi meu corpo tendo atitudes involuntárias minhas, como mexer no cabelo, fazer gestos sexy, sorrir, entre outras. E para me fazer sentir pior eu realmente sentia-me bastante atraído por ele.

Conversamos uns quinze minutos e quando eu percebi já tinha perguntado:

--- Você gostaria de ir para um lugar mais calmo. Só preciso pegar uma coisa no meu carro antes.

A pergunta foi totalmente involuntária, mas muito bem recebida pelo homem que respondeu:

--- Perfeito, eu tomo banho depois.

Minhas reações involuntárias mostraram um pouco de como as unidades deveriam agir. Elas provavelmente reagem involuntariamente sem pensar ou com o mínimo de reações raciocinadas.

No elevador o homem já tomou suas primeiras iniciativas me beijando e apalpando as minhas coxas. Eu não precisava tomar atitudes pensadas, deixava meu corpo agir e ele fazia com perfeição para deixar o homem ainda mais interessado. Eu nem conseguia sentir repugnância, pois me sentia atraída pelo alvo.

Conforme as ordens levei-o em direção a van. Não havia pessoas próximas e sem planejar retirei a pistola com sedativo da bolsa e disparei no pescoço do homem, que apagou imediatamente.

As outras unidades correram para me ajudar a carregá-lo e em segundos ele já estava colocado dentro da van. Sentamos dentro da van e uma das mulheres apenas reclamou:

--- Você demorou, já pensava em subir procurá-la.

A van colocou-se em movimento e senti-me em liberdade. A atração que eu sentia pelo homem transformou-se rapidamente em nojo e felizmente não me senti com um desejo absurdo de executar qualquer ordem. Novamente conseguia pensar claramente no meu objetivo de fugir.

Não demorou e estávamos novamente na fábrica. Outras unidades já nos aguardavam e carregaram os dois homens para algum lugar. Permaneci imóvel com as outras unidades dentro da van, até que a motorista nos falou:

--- Vocês estão dispensadas, vão para o dormitório e durmam.

Segui as outras unidades torcendo para ninguém perceber que eu era um pouco mais lento que elas. Eu não sabia onde ficava o dormitório.

Andamos por corredores até chegar a um imenso galpão com inúmeras camas de solteiro. A maioria encontrava-se ocupada, todas por mulheres nuas, algumas eram como eu com um pinto, outras com uma vagina, todas muito bonitas.

Fiz o mesmo que as unidades que eu estava imitando. Fiquei nu, coloquei minhas roupas num pequeno armário ao lado da cama, deitei na cama e permaneci imóvel.

Comecei a pensar novamente em trabalhar em uma fuga, mas meus pensamentos se tornavam difíceis e nebulosos a cada tentativa e a vontade de ficar e dormir se tornava mais forte a cada instante. Eu não lembrava exatamente qual ordem havia recebido, mas meu inconsciente se lembrava.

Embora o dormitório se encontrasse em semi escuridão pude ainda contar as pessoas. Haviam cerca de trinta camas ocupadas, mas o que me chamou a atenção, foi que duas eram ocupadas por homens reais, ausência de seios e grandes pintos estavam presentes.

O sono estava me vencendo, um pouco pelo cansaço, um pouco pela ordem recebida e logo meus olhos estavam pesados demais para permanecerem abertos.

Continua...

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