Eu me orgulhava do primeiro protótipo funcional da máquina. Foram necessários anos de pesquisa em diversos componentes antes que a versão final do mecanismo fosse concluída.
Meu nome é Suzan Boll, sou psiquiatra especialista em comportamento sexual humano. Fui contratada e juntei-me a Organização há apenas cinco anos, para trabalhar na versão final da máquina. Foram anos de trabalho bastante intensos, acumulando êxitos e fracassos.
Já haviam me informado que as cobaias escolhidas já estavam a caminho. Existiram diversas outras cobaias e alguns voluntários, mas essas seriam as primeiras a experimentar a versão completa da máquina e não algum dispositivo em separado.
Foi necessária a observação de alguns indivíduos durante semanas para se chegar às cobaias ideais que satisfizessem todos os requisitos.
A primeira cobaia, denominada Unidade 1, é um homem jovem executivo, bem colocado profissionalmente, tinha quase trinta anos, pai de dois filhos e com um casamento descrito como feliz e pleno. Nenhuma tendência homossexual identificada, embora esse seja um fator de difícil conclusão exata. A segunda cobaia, Unidade 2, é uma mulher jovem executiva de vinte e quatro anos, solteira e heterossexual, com características bastante dominantes. Se a máquina fosse capaz de alterar e reprogramar inteiramente a psicologia de tais indivíduos, as chances seriam promissoras que poderiam alterar qualquer pessoa.
A equipe de coleta passou pela minha sala, trazendo o homem em uma maca para uma verificação final. Ele estava inconsciente e permaneceria assim por algumas horas. Foi-lhe vestido uma peça única de roupa branca de algodão e todos seus objetos pessoais haviam sido retirados.
A vistoria foi breve e apenas feita seguindo procedimentos definidos. Todas as análises já haviam sido realizadas.
Logo trouxeram a mulher. Uma bonita loira de corpo escultural, vestindo o mesmo traje da cobaia masculina.
As cobaias foram levadas para a máquina, dois cubos independentes de três metros e quarenta centímetros de lado cada um, localizados no interior do grande complexo que forma a Organização. As paredes do interior da máquina são formadas de grandes televisores de telas quase inquebráveis com milhares de micro saídas de som ambiente no encaixe entre as telas. Uma fuga é virtualmente impossível.
Passaram-se quase seis horas e o computador me avisou que o homem estava desperto. As análises realizadas na cobaia dentro da máquina eram muito precisas, desde temperatura até o menor movimento. O sistema já sabia que o homem estava acordando minutos antes do fato realmente acontecer.
Eu podia visualizar as cobaias por qualquer um dos lados da máquina. Fiz bastantes experimentações para identificar qualquer problema. Verificando que as visualizações encontravam-se perfeitas iniciei o primeiro procedimento, as boas vindas da Unidade 1.
Já havia sido produzidos milhares de horas de vídeo com as três fases definidas da reprogramação, sendo que existem seis tipos de fase final, variáveis de acordo com o perfil desejado na cobaia. Ainda não se sabia ao certo quanto de tempo seria usado em cada fase. Atualmente as mudanças ocorreriam manualmente, mas a ideia é que a central de processamento da máquina possa futuramente perceber a evolução da cobaia e de forma independente gerenciar todo o processo.
Eu sentia-me muito excitada e estava sendo difícil não me masturbar. Era muito prazeroso perceber o desespero do homem e suas inúteis primeiras tentativas de sair da máquina.
Os processos já estavam iniciados há algum tempo na Unidade 1 quando a Unidade 2, a mulher, acordou. O sistema já tinha me avisado há quase dez minutos que ela estava em vias de despertar.
Aguardei que a surpresa inicial da cobaia passasse e também dei inicio ao processo de boas vindas.
A violência gerada pelo homem aprisionado contra os limites da sua prisão foi muito maior que pela mulher, que analisou mais friamente a situação. Não me agradava muito a programação de unidades femininas, mas essa seria uma necessidade eventual que devia ser devidamente homologada.
Eu estava curiosa de qual unidade terminaria o processo antes. As chances de algum dano cerebral ou um fracasso completo eram mínimas, mas existiam. As mudanças físicas causadas por hormônios e remédios é muito mais forte na cobaia masculina que na feminina e os muitos testes anteriores realizados mostraram que no geral a mente masculina é mais influenciável.
Chamei uma assistente para o monitoramente dos processos. Eu deveria me ausentar por algum tempo para relatar a direção o inicio do processo. As chances de algo fora do previsto eram baixas, mas poderiam acontecer.
Continua...
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