Madame Raison foi honesta comigo. Aos poucos a dor de cabeça voltou na mesma intensidade que eu mantenho a minha mente trabalhando. No começo foi apenas uma dor incômoda, mas cresceu. A dor desaparece se eu mantiver meus pensamentos vazios e retorna forte quanto mais tento trabalhar minha mente.
Eu pouco saio da minha cama, geralmente apenas para pegar a minha comida. Toda a minha força está voltada para resistir. Sei que estou desmaiando com a dor ou adormecendo de exaustão, mas resistirei enquanto tiver uma consciência.
Minha mãe ordenará a parada do processo ou estou decidida a sofrer os danos irreparáveis dos quais fui ameaçada. Acho que minha vida terminou.
Assustei quando senti o toque suave em meu braço. Abri os olhos em pânico para ver Madame Raison abaixada ao meu lado. Ela tocou a minha cabeça com delicadeza e falou:
--- Fique calma. Felizmente sua mãe autorizou o encerramento do tratamento. Não sei como você pode aguentar tanto.
Percebi que a dor de cabeça havia praticamente desaparecido e acredito que continuo a ser quem eu era. Tento refazer linhas de lembranças sem resistência, mas como saber se a minha memória é verdadeira.
A proximidade da mulher me excita e muito. Lembro-me de Clara e penso se é assim que ela se sentia quando estava comigo.
Meu impulso é lamber a mão da mulher e não tento resistir e pratico esse ato. Não me importo de fazer isso, agora que a dor de cabeça está sumindo.
Tentei falar, mas apenas emiti um chiado incompreensível. Já estou a muito tempo sem levar. Com ainda mais força a voz se liberta e sai fraca:
--- Eu ainda sou eu?
--- Surpreendemente sim, pelo menos até certo. Sua memória de longo prazo provavelmente foi comprometida. Você é uma escrava e é parcialmente uma cadela. Você é a primeira que consegue falar. Porque resistiu tanto?
--- Eu prefiro ser um vegetal do que uma estúpida.
A resposta sincera tirou um sorriso rápido daquele rosto sério.
Madame Raison tirou objetos de uma maleta. Ela percebeu a minha apreensão. Acho que ela não estava acostumada com uma cadela inteligente. Com calma falou:
--- Vou proteger as suas mãos e os joelhos para você não se machucar. Não vou te fazer mal.
Com movimentos lentos e me mostrando cada objeto ela arrumou umas espécies de protetores em minhas mãos, pés e joelhos. Essas proteções eram confortáveis, mas firmes.
Ela terminou e se dirigiu para a porta de ferro. Deixou ela bastante aberta e falou:
--- Pode sair quando estiver pronta. Seu tratamento terminou. Acho que você deve querer um banho.
Ela seguiu pelo corredor e me deixou sozinha. Eu nem conseguia acreditar. Eu não podia deixar de suspeitar que fosse algum tipo de armadilha para conseguir a minha completa transformação.
Com cautela segui engatinhando para a entrada aberta. Os protetores funcionavam muito bem. Pensei em levantar e ficar em pé, mas é uma posição tão desconfortável que abandonei logo a ideia.
O corredor na parte de fora do meu quarto é estreito, extenso e fracamente iluminado. Ao longe eu consegui enxergar uma porta entreaberta.
Mesmo com medo prossegui pelo corredor e empurrei a porta. A luz forte do Sol me cegou por um momento. Pouco depois consegui enxergar uma mulher desconhecida em pé jogando bolas de borracha para três cachorros humanos.
Aproximei-me com cautela. Percebi que eram dois machos e uma fêmea como eu. Nossos corpos nus me intimidou um pouco, me senti muito exposta. Senti grande repulsa pelos cães machos. Definitivamente a minha opção sexual foi alterada.
Ao reparar a minha aproximação a mulher encaminhou com pressa os três animais para dentro de um cercado e os isolou de onde nós estávamos. Fui curioso assistir o comportamento canino e os latidos daquelas pessoas. Depois ela se aproximou com calma e disse de forma devagar:
--- Você é Amanda. Madame Raison me passou informações a seu respeito. Eu sou Laura, sou responsável pelo treinamento dos cães. Você me compreende?
O olhar foi a primeira indicação. Eu estava diante de uma escrava. Como tal ela estava limitada as suas ordens e funções. Eu estava sozinha a muito tempo e carente de companhias e conversas. Respondi:
--- Sim, sou eu. O que exatamente você me treinará?
Ela estava pensativa. Acho que ela não estava acostumada a responder uma pergunta de um cão, já que eles não falam. Depois falou:
--- Os cães comuns não tem memória de sua vida passada. Eles tem que viver com cães mais antigos para copiar e aprender seu comportamento. Eu ensino truques simples como sentar e deitar e a compreender palavras e ordens mais básicas. No seu caso eu não sei como será, já que você tem recordações anormais. Você já compreende as minhas palavras e não precisa aprender truques básicos.
Eu pensei um pouco. Quanto antes eu receber algum tipo de liberação ou aprovação dessa mulher antes eu retornarei para o meu lar.
Observei um pouco a treinadora. Ela não é uma escrava sexual como Clara. Seus movimentos são mais rudes e diretos, ela não faz nenhuma postura que possa indicar sexualidade. É algum tipo de escravo diferente. Decidi tentar levar ela para um procedimento comum. Com isso perguntei:
--- Se eu fosse uma cadela comum, como você procederia?
Ela pensou um pouco novamente, mas depois disse:
--- Inicialmente não estaríamos conversando, pois você não poderia falar. Também eu não teria a isolado dos outros cães, mas Madame Raison informou que você recebeu um condicionamento um pouco diferente e sentirá rejeição por um macho.
Refletindo perguntei:
--- Como é para os outros cachorros? Eles não rejeitam o sexo oposto ou o mesmo?
--- Quase sempre os cães são condicionados com bissexualidade, não rejeitarão nenhum sexo. As vezes o futuro proprietário faz o pedido de especificações especiais, esse provavelmente é o seu caso.
A minha mãe odeia homens e não perdeu a oportunidade de me tornar homossexual. Talvez isso possa ser desfeito no futuro. Com humildade falei:
--- Entendi. E depois?
--- Eu deixaria você junto com os cães por algum tempo. É bastante provável que ocorressem relações sexuais. Depois daria um bom banho em você e aos poucos começaria a rotina diária com lazer e treinamentos. A absorção dos comportamentos caninos é muito rápida, já a resposta ao aprendizado varia um pouco de cão para cão.
A treinadora está com uma postura mais pedindo permissão para as coisas do que obrigando-me a algo, mas sei que isso pode mudar a qualquer momento. Pode ser apenas parte da estratégia para o objetivo de Madame Raison. Resolvi continuar com o plano de seguir para a normalidade e falei:
--- Você se importaria se eu tomasse um banho antes? Depois eu gostaria de uma aproximação dos outros cães como você está acostumada.
Seguimos para uma das extremidades do pátio. Lá a treinadora tirou os meus protetores, abriu uma mangueira de água e com delicadeza começou a molhar o meu cabelo e meu corpo com uma água morna e agradável.
O toque das mãos da mulher sobre o meu corpo mexeu bastante comigo. Senti um desejo extremo por uma relação sexual, mas a habilidosa mulher limpou meus cabelos e meu corpo com uma espécie de sabonete líquido com agilidade e maestria. Passou a mão por minhas partes íntimas, mas evitou forma direta permitir qualquer intimidade maior. O ato me fez pensar que talvez a escrava não tenha qualquer função sexual.
No final ela secou e penteou os meus cabelos e perfumou o meu corpo com líquidos que eu não conhecia. Ela se retirou e pouco depois os outros animais apareceram soltos e aparentando curiosidade a meu respeito.
Os animais estavam curiosos para me cheirar e lamber. Latiam como cães e suas fisionomias não mostravam em nada que eles um dia já foram humanos.
Os machos exibiam pintos de volume considerável balançando entre suas pernas. Antes provavelmente eu me interessaria, mas atualmente só consigo sentir nojo e repulsa por eles. Já adorei a cadela e tive que resistir a tentação de tentar relações com ela. Isso só foi possível porque ela se manteve mais distante e menos curiosa a meu respeito que os machos.
Perdendo um pouco do interesse nos cães e longe da visão da treinadora e de qualquer outra pessoa resolvi explorar um pouco o ambiente do pátio. Haviam dormitórios de teto para vários cachorros com camas simples e algumas cocheiras com água abundante. Brinquedos como bolas e ossos de couro estavam espalhados em alguns pontos do pátio, mas todas as portas se encontravam fechadas. Não arrisquei me levantar para tentar abrir alguma maçaneta e verificar se estavam trancadas, mas creio que sim. Mesmo os cachorros podem aprender a abrir uma porta.
Eu estava distraída quando senti os braços fortes segurando a minha cintura. O reflexo fez com que eu tentasse me soltar e olhasse para o meu agressor. Um dos cachorros estava me segurando.
Eu pensei imediatamente em gritar pela ajuda da treinadora, mas não cumpri o ato. Um cão normal não faria isso e quanto antes eu pudesse provar uma normalidade eu poderia ganhar a minha liberdade.
Tentei engatinhar para mais longe e afastar o cão, mas ele é mais forte e me segurou com força. Com habilidade montou em minhas costas e tentou e rapidamte conseguiu um encaixe em minha vagina.
A repulsa por aquele ser é indescritível, mas me mantenho firme e calada. Lágrimas escorreram de meus olhos.
As estocadas em minha bunda e a penetração em minha xoxota prosseguiram um pouco, até que depois de algum tempo o cão uivou alto e me senti invadida pelo esperma daquele ser que me soltou e se afastou correndo.
Senti-me muito triste, mas satisfeita por ter enfrentado o meu primeiro desafio como uma cadela. Preciso aguentar pela minha liberdade.
Continua…
Nenhum comentário:
Postar um comentário