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Bom divertimento!

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Mestre do Lar - Parte 13

Já fazia uma semana de meu encontro com Elisa e eu não havia a visto mais. Nesse tempo Kelly me avisou que recebeu a visita de Elisa com algumas perguntas. Fora ela apenas uma vizinha comentou sobre uma mulher fazendo perguntas a respeito do bairro, de novos moradores e depois a respeito de mim explicitamente. É uma situação desagradável, mas ainda livre de riscos.

Era começo da noite. Eu já tinha tido orgasmos múltiplos amamentando Mestre Amy e estava procurando manter a minha mente ocupada quando a campainha tocou.

Eu não esperava ninguém e olhando pela janela enxerguei Elisa, a mulher alta, aguardando no portão.

Uma visita aberta, sem ser sorrateira e no meio da noite é um bom sinal. Provavelmente a  psiquiatra não iria apertar a campainha da casa e se mostrar para vizinhos para depois cortar o meu pescoço. Falei alto para ela ouvir:

--- Oi Elisa, pode aguardar um pouco que vou me vestir.

Vesti-me apressadamente. Estava curiosa para saber que descobertas ou novas informações seriam trazidas. Passei um desodorante para parecer que tinha acabado de sair do banho. Tentando parecer desinteressada recebi Elisa sendo simpática e após sentarmos no sofá da sala falei:

--- Espero que tenha feito novas descobertas que saciem a sua curiosidade. Sei que andou realizando perguntas na vizinhança, mas realmente não tenho nada a esconder. Aceita um café ou uma água?

Mestre Amy passou pela sala e Elisa reparou bastante durante a sua passagem. Ela ignorou a minha oferta e logo depois falou:

--- Eu já sabia que você tinha um gato, mas ainda não sabia a raça. Agora pude confirmar que a raça do seu felino é a mesma raça dos gatos que das falecidas Sra Castro e Sra Borges. Fato bastante curioso, não acha?

A afirmação me surpreendeu, mas tentei manter a calma e continuar normalmente. Sorrindo apenas respondi:

--- Não conheci o gato da Sra Castro, mas sei que o gato da Roberta era de mesma raça que o meu. Eles chegaram a cruzar e ter um filhote a tempos atrás.

Ela ficou curiosa com a informação. Não tentou disfarçar e perguntou diretamente:

--- Sabe o destino desse filhote?

Eu sabia, mas essa seria uma informação que eu iria esconder. Nada me ligava diretamente a serva do filhote de Mestre Amy e a resposta verdadeira abriria novas possibilidades de investigação. Respondi simplesmente:

--- Não, infelizmente não sei. Roberta ficou com o filhote e provavelmente fez a doação para alguém, mas não comentou comigo para quem foi.

Ela mostrou-se um pouco decepcionada com a resposta. Eu podia sentir a curiosidade e a desconfiança de Mestre Amy para com Elisa. Provavelmente ela pode perceber a minha insegurança frente a visitante. Eu só esperava que ela não me obrigasse a fazer algo estúpido. Elisa continuou:

--- Sabe que a descrição que seus vizinhos fazem de você é igual aos vizinhos da sua amiga Roberta. Uma pessoa reservada, educada, não incomoda ninguém e recebe visitas muito esporádicas. Tem outras igualdades, como os gatos, que tornam suas semelhanças muito concretas para serem apenas coincidências. Qual é o nome do seu gato?

Já preocupada e achando que Elisa estava se aproximando demais da verdade respondi:

--- Amy.

Sorrindo bastante e de forma forçada Elisa perguntou:

--- Por quanto tempo você sobreviveria se alguém muito malvado roubasse Amy enquanto você está trabalhando?

Fiquei em silêncio e o simples comentário me fez entrar em pânico. A possibilidade de ficar afastada de meu Mestre por um longo período acionava uma espécie de defesa natural. Amy já deveria estar bastante alerta para com a visitante, mas qualquer influência direta sua junto a ela seria muito fraca. Provavelmente meu olhar me traiu, pois Elisa comentou um pouco depois:

--- Fique calma, eu não considero isso uma possibilidade ainda, mas quero a verdade, ou você me deixará poucas alternativas. E já te aviso que se algo me acontecer uma pessoa terá acesso rapidamente a tudo o que eu sei e ela não é tão paciente e educada como eu sou. Quer me contar mais?

Elisa estava me deixando poucas alternativas. Eu poderia largar tudo, abandonar a minha identidade e fugir no meio da noite com o dinheiro que tenho em mãos, mas isso acabaria com os meus recursos de ajuda a outros mestres em apuros. Assassinar Elisa imediatamente poderia me dar algum tempo, mas não acho que eu seja capaz de tal ato.

Olhei em volta em busca de Mestre Amy, mas não a enxerguei. Ela deveria estar observando escondida e sentindo a minha preocupação intensa. Decidi contar a verdade até onde fosse possível, mas imaginando que poderia ter que tomar alguma atitude drástica:

--- Eu não viveria por muito tempo. Você sabe desse tempo limite até melhor do que eu. Eu nunca tive contato com a Sra Castro, mas sei que Roberta a conhecia e ela era alguém como Roberta e como eu.
--- O que vocês são?

Eu pensei rapidamente até onde deveria prosseguir com a verdade. Como uma pessoa normal reagirá a minha realidade? Será que após saber a verdade Elisa fará um gesto com a mão e uma equipe da polícia invadirá a casa? Preciso me acalmar e transmitir confiança para Mestre Amy. Continuei contando:

--- É difícil de explicar. Nós tempos uma relação com nossos gatos. Um vínculo forte que até onde eu sei não pode ser quebrado. Existe outras como nós, você conheceu Elisabeth e não teve oportunidade de conhecer Roberta. Eu sou como elas, existem outras, mas eu me recuso a falar delas para você. Se alguém está em risco que seja apenas eu, não vou trair meus iguais.

Elisa refletiu sobre minhas palavras. Estava calma e pensativa, não parecia alguém que planejava um atentado ou estava assustada, mas eu não tinha como saber ao certo. Ela falou:

--- Não precisa me temer, não sou o inimigo, adoro gatos e outros animais de estimação. Eu desconfiava de tudo isso, mas é tão difícil acreditar que seja verdade. Você escolheu essa vida?

Era difícil permanecer calma, mas Elisa não demonstrava hostilidade até aquele ponto. Eu precisava entender mais o que ela queria. Ainda com medo falei:

--- Mas é a verdade que você queria. Em parte eu decidi por essa vida. Eu entrei para essa vida de forma forçada, mas depois tive oportunidade de desaparecer e decidi continuar e cuidar de Amy. Hoje eu não poderia mais deixá-la, ou ambas morreríamos, como você viu acontecer.

Respirei um pouco a espera iminente de algo acontecer, mas o silêncio imperava. Elisa apenas me olhava com curiosidade e Mestre Amy estava curiosa pela visitante. Eu continuei:

----Não sei exatamente o que aconteceu com Roberta, eu tinha falado por telefone com ela algumas semanas antes de seu falecimento e ela nada comentou de anormal. Mas se algo de ruim aconteceu com seu gato isso justificaria a sua morte, mas ela teria tido tempo, pelo menos algumas horas, para me comunicar. O que acontece conosco agora?

Continua…

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