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Bom divertimento!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Mestre do Lar - Parte 14

Eu estava comendo pizza quando Elisa chegou. A duas semanas atrás eu esperava ser presa e vítima de experiências terríveis, mas acabei por ganhar uma nova amiga. Alguém que eu ainda tentava explicar e administrar o ciúme provocado em Kelly.

Elisa brincou com pouco com Mestre Amy e correu para a mesa roubar um pouco de refrigerante e um pedaço de pizza. Quem a tinha conhecido como uma investigadora jamais poderia a imaginar como uma pessoa descontraída e divertida. Após perguntar como eu estava e morder alguns pedaços perguntou:

--- Já teve sucesso na busca?

Elisa queria conhecer mais. Na realidade e para a minha mais completa surpresa ela almejava ser como eu, mesmo com as minhas muitas explicações das limitações e imposições do meu modo de vida. Não escondi nada sobre o vínculo para ela, esperando a sua desistência.

--- Não, como te disse, é complicado. Não sei quando acontecerá? Fiz algumas ligações para conhecidas buscando algum Mestre em reprodução, mas não encontrei.

Mesmo confiando em Elisa tomei algumas precauções nos contatos, usando um número de telefone celular novo e anônimo em cada ligação e sempre estando em um bairro diferente. Seria improvável que ela pudesse estar me rastreando. Mestre Amy não percebia nenhum sentido de traição nela, mas sua leitura é limitada em alguém sem vínculo.

--- Que pena.

--- Como te expliquei, não sei quando e se Mestre Amy terá um novo filhote. A sua resposta sobre isso é confusa, não acho que ela sabe uma resposta concreta ou que eu possa entender. Você sofrerá alguma influência leve me visitando, mas é realmente leve. Um novo mestre pode surgir amanhã ou apenas em dez anos, não sei.

Elisa terminou seu pedaço de pizza e seguiu para brincar com Amy. Ela já não se importava mais com a minha nudez e fiz questão dela assistir a amamentação de Amy. Com isso eu esperava afastá-la de suas ilusões, mas ao presenciar meus orgasmos, ficou ainda mais interessada.

Não sei por quanto tempo conseguirei sustentar o meu relacionamento com Kelly e a convivência com Elisa.

***

Já tinham se passado três meses e um pouco do inicio de minha amizade e convivência com Elisa. Ela conseguiu emprego no hospital da cidade e frequentava bastante a minha casa. Embora nunca tivemos nada mais que uma amizade meu relacionamento com Kelly acabou ruindo. Minhas explicações sobre a amizade com Elisa nunca foram suficientes ou puderam ser claramente explicadas.

Eu estava sozinha em casa quando meu celular de contatos com outras servas chamou. Isso aconteceu poucas vezes e fiquei apreensiva e atendi com cuidado, já imaginando se atenderia o meu primeiro pedido de ajuda urgente. A voz calma do outro lado disse:

--- Estou falando com Laura Amy?

A pessoa do outro lado era uma serva. Usou o meu nome seguido do nome do Mestre, uma saudação costumeira num contato telefônico, mas não reconheci a sua voz. Respondi contendo o entusiasmo:

--- Sim, falo com quem?

--- Eu sou Paula Gor. Nós não nos conhecemos ainda, mas quem me passou seu contato foi Suzana Duque. Ela me disse que você busca um casal em reprodução, estou correta?

A informação me deixou curiosa. Eu não tinha Paula nas informações de Roberta, mas isso não era nenhum empecilho para estabelecer um novo contato. Respondi:

--- Sim. Eu tenho alguém que quer um filhote.

Ela demorou alguns segundos para responder. A minha afirmação não era algo rotineiro, embora estivesse aberta a interpretações. No geral uma nova serva é capturada e obrigada. Ela falou:

--- Muito bem, vou enviar uma mensagem com os dados de onde nos encontraremos. Venha com essa pessoa e Mestre Amy que seguiremos para outro local. O nascimento está para acontecer nos próximos dias.

A mensagem chegou em poucos minutos. O encontro seria no dia seguinte. Eu precisava fazer as malas e rumar de volta a capital. Precisava avisar Elisa e ligar para meu trabalho. Eu não sabia ainda por quanto tempo iria me ausentar.

***

Elisa estava bastante eufórica no carro, mesmo com as minhas tentativas de acalmá-la. Muitas coisas ainda podiam acontecer antes do vínculo formado.

Chegamos ao local combinado dentro do parque, um pequeno café. Não tinha como eu não ter alguns receios com a situação que oferecia certo risco, mas Mestre Amy apoiava a investida para o nascimento de um novo mestre. Amy seguia mais atrás no colo de Elisa e eu segui um pouco em frente com os olhos buscando quem poderia ser Paula.

Uma mulher sentada em uma mesa do café fez um gesto discreto em direção a Elisa e de Mestre Amy chamando-as e eu sabia que se tratava de Paula. Suas roupas fora de moda e seu cabelo mal cuidado me causaram repulsa. O seu olhar inexpressivo e sem vida indicava se tratar de uma serva.

Juntamos-nos a Paula que observava atentamente Mestre Amy e só após alguns segundos que pareceu lembrar que nós existíamos. Olhou para Elisa e falou:

--- Laura, suponho?

Discordando eu falei:

--- Não, eu sou Laura, essa é minha amiga Elisa.

Eu quase consegui perceber um sorriso naquele olhar ausente. Ela devia estar ansiosa para arrumar uma serva para o filhote que nasceria. Com firmeza ela falou:

--- Muito bem. Eu entrarei em contato posteriormente, Suzana disse que você pode prover a nova serva com um capital inicial para ela recomeçar a sua vida.

Paula levantou-se e aguardou. Elisa me olhou de forma confusa e eu levei um momento para entender que ela queria ir embora com Elisa e estava me dispensando. Eu sabia as dificuldades que minha amiga enfrentaria e não queria deixá-la. Sendo também firme falei:

--- Acho que não fui muito clara, eu vou junto com vocês.

Foi aparente a expressão de confusão em Paula. Provavelmente eu não devia estar tendo uma atitude comum em uma serva. Eu aprendi a ser diferente graças a Roberta. Ela demorou um pouco e depois falou:

--- Não existe utilidade na sua presença. Elisa deve me acompanhar e você deverá retornar para a sua existência.

--- Vou ser ainda mais clara. Você quer Elisa e ela só irá com você em minha companhia. Você me entendeu?

A serva pareceu ainda mais confusa com a minha declaração, mas respondeu:

--- Vamos para o estacionamento então. Vocês poderão me seguir. Temos uma viagem de duas horas pela frente.

A minha passagem pela capital durou pouco. Novamente estávamos rumando para o interior, eu não sabia a cidade ainda.

Continua…

terça-feira, 17 de junho de 2014

Herd (121-130)

A versão em texto completa dessa história pode ser visitada aqui. Outros contos de Homealone 447 podem ser visitados aqui.















quarta-feira, 11 de junho de 2014

Mestre do Lar - Parte 13

Já fazia uma semana de meu encontro com Elisa e eu não havia a visto mais. Nesse tempo Kelly me avisou que recebeu a visita de Elisa com algumas perguntas. Fora ela apenas uma vizinha comentou sobre uma mulher fazendo perguntas a respeito do bairro, de novos moradores e depois a respeito de mim explicitamente. É uma situação desagradável, mas ainda livre de riscos.

Era começo da noite. Eu já tinha tido orgasmos múltiplos amamentando Mestre Amy e estava procurando manter a minha mente ocupada quando a campainha tocou.

Eu não esperava ninguém e olhando pela janela enxerguei Elisa, a mulher alta, aguardando no portão.

Uma visita aberta, sem ser sorrateira e no meio da noite é um bom sinal. Provavelmente a  psiquiatra não iria apertar a campainha da casa e se mostrar para vizinhos para depois cortar o meu pescoço. Falei alto para ela ouvir:

--- Oi Elisa, pode aguardar um pouco que vou me vestir.

Vesti-me apressadamente. Estava curiosa para saber que descobertas ou novas informações seriam trazidas. Passei um desodorante para parecer que tinha acabado de sair do banho. Tentando parecer desinteressada recebi Elisa sendo simpática e após sentarmos no sofá da sala falei:

--- Espero que tenha feito novas descobertas que saciem a sua curiosidade. Sei que andou realizando perguntas na vizinhança, mas realmente não tenho nada a esconder. Aceita um café ou uma água?

Mestre Amy passou pela sala e Elisa reparou bastante durante a sua passagem. Ela ignorou a minha oferta e logo depois falou:

--- Eu já sabia que você tinha um gato, mas ainda não sabia a raça. Agora pude confirmar que a raça do seu felino é a mesma raça dos gatos que das falecidas Sra Castro e Sra Borges. Fato bastante curioso, não acha?

A afirmação me surpreendeu, mas tentei manter a calma e continuar normalmente. Sorrindo apenas respondi:

--- Não conheci o gato da Sra Castro, mas sei que o gato da Roberta era de mesma raça que o meu. Eles chegaram a cruzar e ter um filhote a tempos atrás.

Ela ficou curiosa com a informação. Não tentou disfarçar e perguntou diretamente:

--- Sabe o destino desse filhote?

Eu sabia, mas essa seria uma informação que eu iria esconder. Nada me ligava diretamente a serva do filhote de Mestre Amy e a resposta verdadeira abriria novas possibilidades de investigação. Respondi simplesmente:

--- Não, infelizmente não sei. Roberta ficou com o filhote e provavelmente fez a doação para alguém, mas não comentou comigo para quem foi.

Ela mostrou-se um pouco decepcionada com a resposta. Eu podia sentir a curiosidade e a desconfiança de Mestre Amy para com Elisa. Provavelmente ela pode perceber a minha insegurança frente a visitante. Eu só esperava que ela não me obrigasse a fazer algo estúpido. Elisa continuou:

--- Sabe que a descrição que seus vizinhos fazem de você é igual aos vizinhos da sua amiga Roberta. Uma pessoa reservada, educada, não incomoda ninguém e recebe visitas muito esporádicas. Tem outras igualdades, como os gatos, que tornam suas semelhanças muito concretas para serem apenas coincidências. Qual é o nome do seu gato?

Já preocupada e achando que Elisa estava se aproximando demais da verdade respondi:

--- Amy.

Sorrindo bastante e de forma forçada Elisa perguntou:

--- Por quanto tempo você sobreviveria se alguém muito malvado roubasse Amy enquanto você está trabalhando?

Fiquei em silêncio e o simples comentário me fez entrar em pânico. A possibilidade de ficar afastada de meu Mestre por um longo período acionava uma espécie de defesa natural. Amy já deveria estar bastante alerta para com a visitante, mas qualquer influência direta sua junto a ela seria muito fraca. Provavelmente meu olhar me traiu, pois Elisa comentou um pouco depois:

--- Fique calma, eu não considero isso uma possibilidade ainda, mas quero a verdade, ou você me deixará poucas alternativas. E já te aviso que se algo me acontecer uma pessoa terá acesso rapidamente a tudo o que eu sei e ela não é tão paciente e educada como eu sou. Quer me contar mais?

Elisa estava me deixando poucas alternativas. Eu poderia largar tudo, abandonar a minha identidade e fugir no meio da noite com o dinheiro que tenho em mãos, mas isso acabaria com os meus recursos de ajuda a outros mestres em apuros. Assassinar Elisa imediatamente poderia me dar algum tempo, mas não acho que eu seja capaz de tal ato.

Olhei em volta em busca de Mestre Amy, mas não a enxerguei. Ela deveria estar observando escondida e sentindo a minha preocupação intensa. Decidi contar a verdade até onde fosse possível, mas imaginando que poderia ter que tomar alguma atitude drástica:

--- Eu não viveria por muito tempo. Você sabe desse tempo limite até melhor do que eu. Eu nunca tive contato com a Sra Castro, mas sei que Roberta a conhecia e ela era alguém como Roberta e como eu.
--- O que vocês são?

Eu pensei rapidamente até onde deveria prosseguir com a verdade. Como uma pessoa normal reagirá a minha realidade? Será que após saber a verdade Elisa fará um gesto com a mão e uma equipe da polícia invadirá a casa? Preciso me acalmar e transmitir confiança para Mestre Amy. Continuei contando:

--- É difícil de explicar. Nós tempos uma relação com nossos gatos. Um vínculo forte que até onde eu sei não pode ser quebrado. Existe outras como nós, você conheceu Elisabeth e não teve oportunidade de conhecer Roberta. Eu sou como elas, existem outras, mas eu me recuso a falar delas para você. Se alguém está em risco que seja apenas eu, não vou trair meus iguais.

Elisa refletiu sobre minhas palavras. Estava calma e pensativa, não parecia alguém que planejava um atentado ou estava assustada, mas eu não tinha como saber ao certo. Ela falou:

--- Não precisa me temer, não sou o inimigo, adoro gatos e outros animais de estimação. Eu desconfiava de tudo isso, mas é tão difícil acreditar que seja verdade. Você escolheu essa vida?

Era difícil permanecer calma, mas Elisa não demonstrava hostilidade até aquele ponto. Eu precisava entender mais o que ela queria. Ainda com medo falei:

--- Mas é a verdade que você queria. Em parte eu decidi por essa vida. Eu entrei para essa vida de forma forçada, mas depois tive oportunidade de desaparecer e decidi continuar e cuidar de Amy. Hoje eu não poderia mais deixá-la, ou ambas morreríamos, como você viu acontecer.

Respirei um pouco a espera iminente de algo acontecer, mas o silêncio imperava. Elisa apenas me olhava com curiosidade e Mestre Amy estava curiosa pela visitante. Eu continuei:

----Não sei exatamente o que aconteceu com Roberta, eu tinha falado por telefone com ela algumas semanas antes de seu falecimento e ela nada comentou de anormal. Mas se algo de ruim aconteceu com seu gato isso justificaria a sua morte, mas ela teria tido tempo, pelo menos algumas horas, para me comunicar. O que acontece conosco agora?

Continua…