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Bom divertimento!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Mestre do Lar - Parte 4

Eu estava em transe sentada no sofá quando ouvi a voz fria de Suzana dizer:

--- Acorde Laura, preciso lhe transmitir informações necessárias.

Eu podia sentir uma confusão de necessidades do Mestre, mas não conseguia traduzi-las. Elas pareciam muito complexas. Percebendo que a minha mente já se encontrava ativa ela continuou:

--- A sua mente ainda não está em sincronia máxima com o Mestre e não é possível você compreender necessidades mais complexas. Amanhã nós pediremos demissão de nossos empregos, vamos nos mudar o mais rápido que for possível.

Uma parte de mim queria perguntar o porque de tal ordem, mas eu não consegui fazer tal pergunta. Eu sabia que devia seguir a necessidade do Mestre e não era minha função entender seus motivos.

O Mestre estava próximo e a profundidade de seu olhar hipnotizante reforçou qualquer dúvida ou receio que existia em minha mente. Suzana ainda passou outras instruções a respeito do pedido de demissão e planejamentos para a execução da mudança que deveria ocorrer em no máximo duas semanas.

Imediatamente comecei com Suzana a organização das necessidades para efetuar o desejo do Mestre.

***

Dentro do prazo estávamos no carro seguindo para o nosso destino. O caminhão com todos os pertences do apartamento já tinha saído para o destino algumas horas antes.

Eu pouco sabia para onde estávamos seguindo, praticamente apenas o nome da pequena cidade localizada a quase seiscentos quilômetros. Ninguém na empresa ou minha família sabia da minha mudança ou para onde eu estava indo, Suzana ordenou o sigilo.

Eu ouvi por inúmeras vezes Suzana combinando detalhes sobre nosso destino com alguém, mas ela nunca dividiu comigo qualquer informação a esse respeito.

Eu sabia que nosso destino se aproximava e foi impossível não me sentir ansiosa. Meus pensamentos não estavam sendo contidos e eu começava a raciocinar e a repudiar a situação em que me encontro. Suzana continuava em silêncio dirigindo o carro e parecendo nada perceber e o Mestre permanecia em total silêncio no banco de trás do carro. Eu já quase não conseguia sentir a sua onipotente presença.

Quase sem desviar o olhar do trânsito Suzana abriu e pegou algo no porta luvas. Parecia ser um pacote de comprimidos. Soltando um deles em minhas mãos falou com voz autoritária:

--- Engula esse comprimido agora, é uma ordem do Mestre.

Eu hesitei por uma fração de segundo. Pareceu irregular tomar um remédio sem ler a bula e saber a sua função. Mas é muito importante obedecer ao Mestre e sabendo disso coloquei o pequeno comprimido em minha boca e o engoli imediatamente.

Preocupada e pensando sobre o nosso destino até parei de pensar sobre o comprimido tomado, mas lembrei-me dele quando percebi que a minha visão estava ficando turva.

A sonolência chegou rápido. Eu já tinha tomado sedativos em outras situações e soube imediatamente que estava sob o efeito de um.

Lutei para não adormecer, mas sabia que era uma batalha perdida. Ainda consegui perceber a entrada na cidade e o tempo já escurecendo.

***

Acordei um pouco confusa e minhas memórias recentes retornaram aos poucos. Demorou um pouco para eu conseguir pensar com nitidez e sentir o meu corpo mais forte. Eu conseguia lembrar o que estava sentindo antes de ser sedada, mas esses sentimentos pareciam ser sem sentido.

Não passou muito para eu perceber a presença forte do Mestre ocupando a minha mente. Havia ainda outra presença, muito mais fraca, quase imperceptível, a qual eu nunca tinha percebido antes.

Sentei-me devagar na cama. Eu me encontrava sem roupas como o habitual em nossa morada. Olhei com curiosidade para o quarto.

Eu estava em um quarto amplo e com alguns móveis. Além da cama de solteiro havia outra cama vazia, uma poltrona, um grande armário, uma mesa com espelho e outros móveis.

A porta foi aberta e Suzana entrou no recinto com a sua expressão ausente e sem vida. O Mestre deveria te-la informado sobre o meu despertar. Ela se aproximou e disse:

--- Já se encontra capaz de andar?

Eu experimentei as minhas forças para depois levantar e responder afirmativamente. Ainda não me sentia inteiramente restabelecida, mas o suficiente para andar.

Deixamos o quarto para um corredor com outras portas. Estávamos no andar superior de uma casa. Da janela pude ver um jardim simples e muros altos. Enquanto andávamos ela disse:

--- Nós residiremos aqui por alguns meses. Você já deve ter percebido uma presença estranha e fraca em seus pensamentos. Nós estamos próximas de outro mestre, você logo irá conhecê-la.

Eu contei quatro quartos no andar superior da casa antes de descermos pela bonita escadaria em uma ampla e confortável sala de estar. Percebi muitos brinquedos de gatos espalhados pelo ambiente.

Uma mulher desconhecida e também livre de roupas se aproximou. Sua expressão facial ausente lembrou-me imediatamente de Suzana que explicou:

--- Essa é Amanda. Estamos temporariamente na residência de Mestre Lila. Você sentirá a sua presença de forma pouca intensa e em caso de necessidade você poderá perceber os seus desejos.

Pude sentir a aproximação do novo mestre. Sua aparência é similar ao Duque, embora ela seja um pouco menor em tamanho. Seus olhos são tão penetrantes e fortes como o Mestre e impossível inibir o desejo de servi-la também.

Amanda e Suzana sentaram-se em um dos sofás e logo estavam em seu costumeiro estado de transe. Eu queria conhecer mais de meu novo lar, mas sentia que deveria aguardar que a minha existência voltasse a ter utilidade.

Cedi à vontade do Mestre e desliguei os meus pensamentos até que a minha existência voltasse a ter utilidade.

Continua…

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