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Bom divertimento!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Mestre do Lar - Parte 10

Acordei e deixei a residência de Mestre Rufus logo cedo. Eu queria me afastar de tudo, tentar esquecer a minha vida de servidão. Mesmo afastada fisicamente a presença de Mestre Amy em minha mente é forte.

Cheguei no apartamento vazio e parei um pouco sentada no sofá para descansar e pensar. A distância deixa meu raciocínio mais claro.

Mestre Amy tornou-se fria e malvada. De alguma forma eu preciso conseguir me afastar ou vou acabar tornando-me totalmente um robô sem desejos como são Amanda e Suzana. A simples ideia de um afastamento em minha mente me deixa nervosa e insegura, provavelmente resultado de condicionamentos da minha mente.

Vou ouvir música para tentar relaxar e fazer novos planos. Comprei uma garrafa de whisky, se necessário for eu bebo ela inteira para conseguir relaxar.

***

Já se passaram quase oito horas e ainda estou no meu apartamento em solidão. Posso sentir Mestre Amy pressionando cada parte da minha mente com desejos, somente muito álcool e não conseguir ficar em pé por falta de equilíbrio ainda estão me mantendo afastada.

Meu corpo está doendo e está quente, acho que estou com febre, mas decidi que prefiro morrer a retornar.

Bebo mais alguns goles que descem rasgando pela minha garganta. Preciso segurar sem vomitar. Preciso manter meu corpo incapacitado ou não terei forças para aguentar e permanecer distante.

***

Alguém segura a minha cabeça e me serve uma bebida horrível. Reconheço o café forte e sem açúcar. Minha cabeça doe bastante e sinto que tudo está girando.

A luz machuca um pouco os meus olhos e prefiro ficar imóvel mais um pouco e juntar as minhas forças. Eu ainda estou viva e posso sentir que Mestre Amy e Mestre Rufus estão próximos. Meu plano fracassou.

Abro os olhos e levanto um pouco até onde consigo. Meu estômago está péssimo. Eu ainda estou na sala do meu apartamento. Posso ver Roberta se aproximando com um copo de água. Ela fala com uma voz mais suave que a habitual:

--- Você chegou ao seu limite. Não sei por mais quanto tempo teria sobrevivido se eu não tivesse chegado. Você realmente queria morrer. Beba isso. Não é um sedativo, é apenas para ajudar na ressaca.

Ela estendeu a mão com uma pílula branca que eu consumi juntamente com a água para matar a minha sede. Eu sabia que Mestre Amy poderia me forçar a tomar qualquer coisa se desejasse. Fazendo força para as palavras saírem falei:

--- Sim, e cedo ou tarde eu vou conseguir ou me transformarei num robô tentando.

Ela aguardou a minha recuperação e depois de algumas horas estávamos novamente retornando para a sua casa. Eu acabei ficando sem meu carro que permaneceu no apartamento.

***

Levei três dias para o meu estômago e fígado se recuperarem do meu consumo exagerado de álcool. Nesse período Roberta foi simpática e cuidou bastante de mim, fazendo sopas e me ajudando com necessidades de Mestre Amy. Ela me manteve sob constante vigilância e sempre próxima dos mestres. O trauma da relação sexual forçada era muito forte em minhas memórias.

Eu já me sentia muito mais forte quando Roberta veio ao meu quarto, fechou a porta e falou:

--- Está na hora de conversarmos. Poderemos conversar com privacidade, Mestre Amy e Mestre Rufus estão sedados, ficarão desacordados por algum tempo.

Eu senti a minha mente bastante livre, Roberta estava falando a verdade. Com isso só existia a mulher para evitar uma possível fuga minha. Ela continuou falando:

--- Ainda com a ideia de morrer?

Respondi com visível repugnância:

--- Sim, e em algum momento vou conseguir. Não posso ficar o resto da vida aqui.

Ela sentou-se com calma. Parecia mais serena que a Roberta que um dia me estuprou. Falou com voz calma:

--- Talvez em algum momento você consiga executar seus planos e eu posso não conseguir efetuar um resgate, mas talvez você tenha uma alternativa. Quer ouvir?

Eu tinha suspeitas se Mestre Amy poderia sobreviver a minha morte e a conversa estava aumentando essas suspeitas. Eu tinha mais medo de me tornar um robô obediente que simplesmente morrer e perguntei:

--- Mestre Amy morrerá depois da minha morte, estou correta?

Ela ficou perplexa e silêncio com a minha afirmação e depois continuou:

--- Sim, já vi o fato acontecer algumas vezes em meus vinte anos de servidão. Eu suspeito que após uma ligação permanente ser realizada mestre e escrava são inseparáveis, isso torna os mestres igualmente dependentes como nós somos.

--- Se é importante salvar a minha vida, então porque você precisou sedar aos mestres?

--- Porque você sentiria a sua mente mais livre para uma conversa sincera e sem filtros e acho que seria mais sincera. Mas não espere um raciocínio tão lógico dos mestres, no fundo eles são inseguros, egoístas e teimosos. Essa insegurança faz com eles cada vez mais anulem a mente dos escravos, como você já teve a oportunidade de presenciar. O problema é que no longo prazo a serva perderá completamente sua capacidade de pensar e interagir com outros humanos. Com isso em algum momento mestre e escrava morrerão de fome ou sairão para o mundo exterior sem condições de comunicação com as pessoas, o que acabará resultando em morte no final.

As palavras dela faziam sentido quando confrontadas com os conhecimentos que eu tinha ou que suspeitava. Nessa situação deveriam ter poucos anciões vivos, que fica correto com o que Roberta já comentou. Perguntei diretamente:

--- Então posso explicar a verdade a Mestre Amy para que ela interrompa a anulação da minha mente.

Roberto fez um olhar de reprovação e um gesto de negação com a cabeça enquanto respondeu:

--- Não é tão simples. Essas informações são complexas, eu já tentei algo assim, mas não sei se os mestres não compreendem, não acreditam ou não querem abrir mão de seu controle. Mestre Amy terá que sentir que você é mais útil mantida com os pensamentos mais livres do que anulada. Ela tem que acreditar nisso, ou cada vez mais você se tornará o que você chama de robô.

Eu acreditei nas palavras de Roberta. Tudo fazia mais sentido que antes. Claro que Mestre Amy poderia der de alguma forma alterada as minhas memórias ou algo similar, mas isso é algo impossível de eu comprovar. Sentindo-me mais aliviada perguntei:

--- Você conseguiu?

Sorrindo ela respondeu:

--- Sim, mas você é uma das poucas até hoje que eu estou confiante que também conseguirá. Se isso acontecer, em alguns anos poderá assumir o meu papel na organização e apoio a outras famílias de mestres e servas. Você terá que descobrir o como sozinha. Quer saber de algo mais?

As informações haviam sido muito ricas. Havia esperança para uma vida de certo grau de autonomia. Fiz a minha última pergunta:

--- De onde veem os mestres? Qual a origem deles?

Ela ficou em silêncio. Pareceu relembrar o passado e depois respondeu:

--- Não sei. Quando jovem tive contato com uma mulher mais velha, serva de um ancião, foi ela que me ligou a Mestre Rufus e depois me passou a experiência e ensinamentos que te relatei. Já tive contato com muitos mestres e servas, mas não sei essa resposta. Não creio que eles mesmos saibam.

Ela se levantou, seguiu até a porta e com uma voz mais alta e antipática disse:

--- Essa conversa nunca existiu. Se em algum momento eu lhe passei a impressão de que somos amigas, me desculpe, isso não é verdade. Se você for capaz de vencer os obstáculos e mantiver a sua sanidade, um advogado irá procurá-la com o meu inventário, se isso não acontecer, não importa, ou você morreu ou se transformou num robô. Boa sorte e curta seu tempo com os mestres inativos. As portas da casa estão abertas.

Ela deixou o quarto e eu fiquei sozinha e com os pensamentos agitados. De alguma forma ela sabia que eu não desistiria da nova esperança surgida. Eu teria que vencer Mestre Amy.

Continua...

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