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Bom divertimento!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O Canil - Parte 9

Aproveitei a inércia daquele local para planejar novas possibilidades de fugir e para descansar na posição que eu mais aguentava, como uma cadela.

Eu precisava de informações de como sair dali. Um mapa já seria suficiente. Os carros aparentemente não andavam a noite e isso me entregaria rapidamente, mas seria a forma mais rápida para tentar chegar a algum lugar.

Por horas observei os poucos pedestres e cachorros que passaram e os raros carros. Me afastar mais por aquela rua durante a noite parecia ser promissor.

Em um momento estava distraída demais e meu amigo aproveitou a minha distração e me montou na cintura. Rapidamente a minha lubrificação foi ativada e eu sabia que seria complicado evitar a penetração. Minha lubrificação atraiu ainda mais o cachorro e deixei a penetração acontecer. De todo o modo eu queria relaxar e dormir durante o dia para continuar no período noturno.

Acordei já no final da tarde e esperei mais um pouco para a chegada da escuridão. Com receio abandonei meu esconderijo seguro e continuei pela deserta rua.

Andei por mais quadras intercalando casas e regiões mais desertas. Em um momento procurei meu amigo cão e percebi que ele tinha desaparecido.

Eu precisava urgente de informações e decidi por invadir uma casa. Talvez eu pudesse me passar por uma pessoa. Tinha que correr o risco.

Procurei a casa mais isolada que pude e com uma luz acesa e resolvi arriscar. Já tinha inventado a desculpa de que havia me distanciado muito de minha casa e veria os rumos da conversa. Eu precisava saber se poderia me misturar com as pessoas.

Bati na porta e uma senhora já idosa abriu uma janela. Ao me ver pediu para eu aguardar e abriu a porta falando:

--- O que faz na rua a essa hora menina? Entre logo aqui.

A senhora idosa me recebeu com extrema educação e eu entrei na pequena casa. Agradeci a hospitalidade e falei:

--- Acabei me distanciando da minha casa mais do que gostaria e a escuridão acabou me pegando. Eu não gostaria de ser um inconveniente.

--- Imagina, será um imenso prazer abrigá-la por essa noite. Tenho uma cama sobrando para hóspedes. Onde você mora?

A inocente pergunta poderia me levar ao desastre, mas fui salva por um cachorro que apareceu na porta e eu falei:

--- Que cachorro bonito, qual o nome dele?

Sorrindo a senhora disse:

--- Esse é o Billy, já está comigo a vários anos.

O animal se aproximou cheirando e mostrando curiosidade. Alarmada percebi que ainda corria um risco sério se aquele animal estivesse me reconhecendo como uma cadela.
 
O cachorro começou a lamber as minhas pernas, mas parou e foi embora correndo quando a senhora disse energeticamente:

--- Billy, pare de perturbar a nossa visita. Já para o quintal!

O animal havia me reconhecido como uma cadela, mas a mulher não. Eu poderia tentar me locomover de dia e quem sabe arrumar um carro.

A mulher pegou duas xícaras com café e repetiu a perguntada inocente de onde eu morava. Tentei dar a resposta mais genérica que podia. Respondi:

--- Eu moro no centro.

--- Nossa, andou bastante até aqui. Deveria ter vindo de carro, amanhã eu consigo uma carona para você voltar.

Bebi um gole do café. Já fazia muito tempo que não experimentava nada que não fosse água e ração. O líquido desceu de forma divina. Tentei uma declaração para testar se faria sentido ou qual a reação da idosa:

--- Na verdade estou realmente passeando, a que distância estou da fronteira da cidade?

Ela pensou um pouco e falou:

--- A fronteira. Já faz muito tempo que ninguém me pergunta sobre isso. A uns quarenta ou cinquenta quilômetros, mas você tem autorização de saída? Elas são tão difíceis de conseguir.

Preferi dar uma resposta negativa que geraria menos perguntas:

--- Não, mas meu interesse é apenas passear até onde puder prosseguir.

--- Nesse caso ainda existem algumas vilas no caminho, acho que por mais uns dez quilômetros ou pouco mais, depois prevalecerão as fazendas que sustentam a cidade. Será muito mais simples você pegar um carro para fazer o trajeto.

Bebi mais um gole de café e percebi Billy me olhando da porta com desejo. As ordens da mulher ainda o estavam segurando, mas eu não sabia por quanto tempo.

Continua...

3 comentários:

  1. Gosto muito dessa história. Você escreve muito bem. Parabéns e ansioso pelas continuações!

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  2. Fico muito contente que esteja gostando da história. Ela já está entrando na reta final, mas ainda existem alguns capítulos.
    Obrigado pelo feedback.

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  3. Eu que agradeço pois são historias muito boas! Acompanho sempre seu blog e curto tudo.

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