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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O Canil - Parte 12 - Final

Permaneci mais ou menos isolada por alguns dias. Medeleine insistia em me dizer que eu não era uma prisioneira, mas meus movimentos eram limitados pela presença dos cachorros e por portas trancadas. Ela apareceu inúmeras vezes para conversar e saber como eu estava. Evitei em fazer perguntas diretas sobre o meu destino, eu não queria pensar muito sobre isso.

Eu sabia que Medeleine me monitorava e estudava meu comportamento. Acho que queria medir até que ponto eu era realmente uma cadela ou uma humana. Uma resposta que nem eu conhecia.

Durante esse período eles não me deram nenhuma injeção, mas diariamente Medeleine me trouxe um comprimido oral e explicou que sem ele os hormônios de meu corpo iriam desregular e isso traria consequências para a minha saúde. Se estiverem tentando mudar a minha personalidade eu não percebi e concluí que não haveria razão para mentir, já que eu estava presa ao canil e poderia ser facilmente obrigada a tomar as injeções.

Em um dos dias Medeleine me levou para passear e conhecer mais o canil, apenas evitando cachorros. Levou-me até sua residência, que ficava em um anexo. Lá me recebeu e tratou como humana. Sua casa era bastante aconchegante e ela fez o possível para eu me sentir a vontade. Uma vez lá fez a proposta:

--- Não permitirão a sua saída da cidade, isso poderia colocar em perigo o nosso modo de vida e você já não é mais a mesma pessoa que chegou aqui e terá problemas lá fora. Também não desejamos executar alguém capaz de pensar, não fazemos isso com os cachorros e muito menos com uma pessoa.

Ela interrompeu por um momento e depois continuou:

--- Eu quero dar-lhe uma ocupação. Você poderá me assessorar nas questões caninas, sua psicologia, comportamento, desejos, etc. Poderá me ajudar a achar outros como você, monitorando o treinamento, dessa forma poderemos identificar problemas no processo e ajudar outros.

Mais uma vez interrompeu por um momento. Parecia estudar as minhas reações a suas palavras. Pouco depois continuou:

--- A alternativa que eu lhe dou é uma vida reclusa com uma liberdade limitada aqui no canil e sem nenhuma ocupação. Se tentar fugir ou se tornar um incômodo muito grande por algum motivo, acabará nos forçando a sua execução ou a punições. Não precisa decidir agora, eu lhe dou alguns dias, mas será uma decisão final, não poderá voltar atrás.

De algum modo eu me sentia feliz com a minha vida de cadela. Claro que jamais concordaria com pessoas sendo sequestradas e passando por lavagem cerebral para serem cachorros. Eu podia fazer a diferença e influenciar sobre isso. Acho que havia encontrado o meu lugar no mundo. Decidida respondi:

--- Não preciso pensar a respeito. Eu aceito.

A mulher pareceu feliz. Eu sentia-me feliz com a decisão.


Fim...


O começo dessa história pode ser visitado aqui.

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